Acidentes de Trânsito – Falta de Regulamentação.
Escrever que os governos devem investir nas estradas, duplicar, triplicar rodovias. Gerar maior rigor, como a atual campanha de álcool zero na direção. Não é o suficiente, pois sabemos que não há um governante que assuma seu mandato sem desconhecer o assunto. Pode ignorar, o que é outro problema e a oposição deveria cobrar.
Mas há medidas que apesar de serem consideradas paliativas se fossem implantadas em nosso cotidiano conseguiriam auxiliar para que os acidentes com suas mortes e demais mazelas, pudessem diminuir no Brasil.
Há falhas enormes que geração após geração elas continuam a vigorar em solo pátrio:
1- Inobservância da quantidade de horas trabalhadas pelos motoristas de caminhões;
O Brasil não tem ferramenta alguma de controle sobre esta questão. E talvez não seja de interesse mesmo para muitos, que esta ferramenta seja criada;
2- Estradas superlotadas, especialmente em datas festivas.
Os dois problemas acima citados são de conhecimento geral e poderiam, sim, serem amenizados com o princípio do limite de direção por horas trabalhadas, pelos caminhoneiros. Afinal, se é humanamente impossível que ocorra uma direção responsável após seis ou oito horas de direção ininterruptas. Bem como é fundamental reconhecermos de que eles devem ser trados como profissionais e não escravos das empresas para as quais trabalham, como atualmente eles são ainda DESTRATADOS. Cumprindo horários e metas desumanas e arriscadas para todos os usuários das estradas.
Quando houver um real respeito à vida, certamente:
1- Exigir uma carga horária máxima para o trabalho dos profissionais de transporte;
2- Tornar lei a proibição para que em feriados, mas também nos finais de semana, caminhões sejam impedidos de trafegarem em estradas federais e estaduais. (Ao menos em trabalho, quando cheios. Pois estes veículos também podem ser utilizados para transporte da família do caminhoneiro para um local de lazer. O que é prática convencional no Brasil, quando vemos a cabine do caminhão portando a família inteira. Se isto é uma prática legal, já é outro assunto).
Muitos devem estar pensando que os dois pontos que ajudariam a diminuir os acidentes são bonitos, mas impraticáveis. Mas acredito que não, pois:
No cumprimento da carga horária máxima por dia trabalhado. Isto seria bem cobrado pelos policias rodoviários se houvesse a estipulação horária. Exemplo, para carga horária de oito horas, permitirem apenas caminhões nas estradas das 08:00h até 18:00h. (Respeitando horário de almoço).
Na exigência de dar ao trabalhador cuja função é o de transporte de cargas, em permitindo a eles o direito e o dever de não utilizar os finais de semana para o trabalho; além de um direito deles é também um preservativo para as suas vida e de todos os que utilizam as estradas. Aqui expus os motoristas de caminhões e não englobei os de ônibus, tem por base de que os menos protegidos ainda são os caminhoneiros.
Não apenas com dinheiro é que conseguiremos através das obras que sabemos ser necessárias, baixar as mortes e os gastos enormes que a todos vem sendo cobrados, incluindo ao Estado. Representam estas tragédias nacionais, que se repetem e estão levando anualmente um número de vidas igual a de muitas guerras. Precisamos, com urgência, parar com esta guerra no trânsito.
Marcílio Franco da Costa Pereira
Nota: Este texto foi construído com a experiência através de ação profissional, na função de supervisor estadual\analista de treinamento (nacional) de vendas para empresa de informática do Sul do Brasil. Por vários anos houve oportunidade de conversar com estes profissionais nas estradas dos Estados de Santa Catarina, nas visitas periódicas a todas as suas cidades e também no Estado do Paraná.
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