Apesar de o acontecimento abaixo ser um fato nacional, mas ao mesmo tempo de encará-lo como um fato isolado que está longe de ser uma prática do Brasil. Infelizmente, em algumas regiões brasileiras há ainda o império de costumes e tradições do início do Séc.XX.
Em grande parte do território brasileiro há a convivência pacífica entre as religiões e seus religiosos. O respeito é um padrão para a maioria, não sendo exceção.
O texto abaixo é na íntegra retirado de publicação do jornal alemão, DW.
Sendo que o único erro cometido na matéria é o de expor que a Umbanda é uma religião afro-brasileira. O que na verdade não é devido a sua origem 100% nacional, ocorrida em 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Abaixo citamos o fundador da Umbanda.
Natural do distrito de São Gonçalo/RJ. Extremamente jovem no ano de 1908, então com dezessete anos de idade. Preparando-se para o ingresso na carreira militar, na Marinha de Guerra Brasileira. Foi acometido por inexplicáveis problemas não debelados pela medicina daquela época. Certo dia ergueu-se no leito, declarando: "Amanhã estarei curado!" No dia seguinte, levantou-se normalmente e voltou a caminhar, como se nada houvesse ocorrido. Sendo, dessa forma, que acabou fundando a Umbanda. Religião de origem 100% nacional.
Casou-se com Isabel de Moraes. E teve duas filhas, Zélia e Zilméia. Faleceu no dia 3 de outubro de 1975 em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.
Sua atividade profissional era como comerciante. Sendo que no ano de 1924, tornou-se vereador. Três anos depois, foi reeleito e trabalhou como secretário do Legislativo Gonsalense. No poder público, dedicava-se, em especial, à difusão de escolas públicas. Tal a sua preocupação que criou escola gratuita, de curso primário, em seu centro religioso para atender as crianças de Neves.
Lucas da Costa Pereira Fontoura – Pesquisa\Marcílio Franco da Costa Pereira – Apoio técnico
ALGUNS ACONTECIMENTOS SOBRE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL E NO MUNDO
Preconceito contra confissões como o Candomblé e a Umbanda se manifesta em depredamentos de casas, espancamentos de pessoas e até assassinatos. Especialista vê ainda lógica de mercado na briga entre as religiões.
O número de denúncias referentes à intolerância religiosa no Brasil, feitas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, aumentou de 15 em 2011 para 109 em 2012. Os principais alvos de discriminação são as religiões de origem africana, como candomblé e umbanda.
Entre os casos está a invasão de terreiros em Olinda, em que "evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizaram protesto em frente a um terreiro de religião de matriz africana e afro-brasileira", como descreve um denunciante. Outro caso foi o uso, por uma igreja, de imagens de mães-de-santo, "chamando de feitiçaria e difundindo o ódio pelas redes sociais", afirma outra pessoa.
"O Brasil tem um histórico de negação das tradições não cristãs. Essa negação não é exatamente da religião, mas do valor de todas as tradições de matriz africana. Na verdade, para nós, é racismo", afirma Silvany Euclenio, secretária de Políticas das Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Embora existam também atritos entre algumas religiões cristãs, eles acabam não sendo tão violentos porque essas religiões têm uma origem comum e compartilham os mesmos valores. No caso das religiões de matriz africana, a intolerância recebe uma outra dimensão e resulta em violência, como no depredamento de casas, espancamento de pessoas e até mesmo assassinatos. "Recebemos denúncias de norte a sul do país, e de forma crescente", diz Euclenio.
Mercado religioso
O professor de ciências da religião Frank Usarski, da PUC-SP, afirma que a tensão mais visível é entre algumas igrejas pentecostais e as religiões afrobrasileiras, apesar de existirem também atritos entre religiões que tenham a mesma raiz.
"Isso tem muito a ver com a lógica do mercado religioso. Hoje em dia não é mais uma convivência idealista, mas uma luta de segmentos, da necessidade de conquistar uma certa parcela da população. Dessa forma, o outro é estigmatizado, desvalorizado e inferiorizado", acrescenta, dizendo que a briga entre as religiões se orienta por uma lógica capitalista.
Ele cita, como exemplo, a briga entre vertentes da religião budista no Brasil, em que houve briga jurídica para impedir a entrada de líderes religiosos no país. Além disso, um grupo reivindica um templo para si e o outro não quer devolvê-lo. "Não são só brigas simbólicas, mas também jurídicas."
Em sete anos, ONG recebeu 247.554 denúncias referentes a casos de intolerância religiosa em sites e em perfis de redes sociais
Para o professor aposentado de ética e teologia Ubirajara Calmon, da Universidade de Brasília (UnB), existe intolerância religiosa no Brasil, mas nada comparável ao que acontece em outros lugares do mundo, como na Europa. "Acredito que há poucas manifestações. O Brasil nunca chegou a uma situação como, por exemplo, a luta entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte", frisa.
O governo federal lançou no final de janeiro o Comitê de Combate à Intolerância Religiosa, que terá 20 membros oriundos do governo e da sociedade civil, sendo que o edital para a escolha dos integrantes será lançado em fevereiro ou março. O comitê vai ter o objetivo de promover o direito ao livre exercício das práticas religiosas e elaborar políticas de afirmação da liberdade religiosa, do respeito à diversidade de culto e da opção de não ter religião.